quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Olhos fitos no chão


Do alto de um edifício, vigésimo quinto andar de um hotel, um homem observava encantado o fluxo rápido e confuso dos veículos nas imediações. Bem embaixo de sua janela um motorista estava às voltas com um problema no motor do carro, que enguiçou bem ali. De sua posição privilegiada, conseguia ver a fluência do trânsito num raio de cinco, seis quarteirões, e observava os motoristas manobrando para tentar uma posição melhor. Alguns, impossibilitados de ver adiante, insistiam em pegar justamente a pista onde estava o automóvel enguiçado. Julgando estar ganhando tempo, optavam pelo trajeto que os fazia atrasar.

“De onde eu estava podia ver o quadro inteiro”, relata ele. “se me fosse possível comunicar-me com eles, poderia orientá-los e dizer-lhes exatamente o que fazer para atingirem o seu objetivo.

“Nós agimos da mesma forma que aqueles motoristas mal direcionados, enquanto trajetamos pela estrada da vida. Insistimos em escolher nosso próprio caminho. Escolhemos o trajeto que, em nossa limitada visão, nos parece melhor, só para descobrirmos que a aparente vantagem só serviu para nos enveredarmos por um caminho onde, mais adiante, nos aguarda muita dor de cabeça e mais atraso”*.

“Contudo, como é maravilhosos saber que podemos olhar para Aquele que está lá no alto, acima de tudo e de todos. Nosso Pai celeste vê não apenas cinco ou seis quarteirões à frente, mas toda a trajetória, do começo ao fim...”.

Durante muito tempo Jó manteve os olhos voltados para o chão, para as circunstâncias. As teses que defendera era, produto da visão limitada que tinha do Senhor e do que o aguardava à frente.

Até que um dia levantou os olhos e viu a Deus. Desviou o olhar do chão e fixou-os no Altíssimo.

“...agora os meus olhos te vêem.” (Jó 42:5).

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